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Ensino

O urbanismo tem como principal objetivo a compreensão do território, nas suas múltiplas dimensões, permitindo o encontro de soluções para o desenvolvimento das comunidades utilizando de forma eficiente e sustentável os diferentes recursos e proporcionando condições de vida qualificada às comunidades.

O reconhecimento do urbanismo enquanto área necessária ao desenvolvimento do País levou a que se iniciasse a formação de urbanistas em 1991, através da licenciatura em urbanismo, ainda na alçada do Instituto Superior de Matemática e Gestão (ISMAG), que em 1998 viria a dar lugar à Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Constatou se, desde logo, a necessidade de estabelecer um corpo de profissionais competentes nesta área do saber, com capacidade para investigar e propor novas abordagens metodológicas aos actos de urbanismo e, simultaneamente, reforçar o campo teórico com abordagens específicas à realidade portuguesa e aos países de língua oficial portuguesa.

Em 2016 a área de formação em urbanismo transitou para a unidade orgânica ECATI, nomeadamente para o Departamento de Arquitetura e Urbanismo. Desta alteração decorreu um reforço na estrutura do departamento ora criado, com a definição de uma área própria para a formação em arquitetura e urbanismo, com salas polivalentes, laboratórios dedicados e uma maior coordenação de recursos que potencia a disponibilização de instalações e equipamentos, quer ao pessoal docente e de investigação quer aos estudantes. A maior proximidade, e partilha de espaço, vem trazer uma dinâmica mais fácil e integração e partilha de atividades. Também veio permitir uma maior proximidade entre os estudantes ao serviço de apoio pedagógico e administrativo dedicado.

Em 2004 inicia-se a formação ao nível de Mestrado em urbanismo. Com a entrada em vigor do Processo de Bolonha, a partir do ano lectivo 2006/2007, houve alterações profundas à formação dos urbanistas, com redução do período de formação no 1º ciclo (licenciatura) e a transformação dos 2º ciclos (mestrados) em programas de especialização complementar às formações iniciais.

Consequentemente, evidenciou-se a necessidade de estabelecer um conjunto de alterações à formação, mantendo o rigor e qualidade existentes mas potenciando aos licenciados um complemento formativo específico na prossecução do estabelecimento de um corpo de investigadores, capacitados para abordar as questões do território, e do urbanismo, que potenciassem o conhecimento nesta área científica e, com isso, contribuíssem para a melhoria do espaço e da qualidade de vida das populações.

Em 2008 inicia-se formação ao nível do Doutoramento, composto por um Curso de Doutoramento (1º ano) e o desenvolvimento de um trabalho de investigação científica na área específica do Urbanismo, tutelado por um orientador Doutorado (2º e 3º anos) e cujo resultado se consubstancia numa tese original, especialmente elaborada para o efeito, numa das áreas de concentração do curso. Para apoiar e desenvolver o espírito crítico dos estudantes em processo de investigação, são organizados Workshop de Investigação, correspondentes à unidade curricular seminário de investigação em urbanismo (2º ano), onde os resultados das pesquisas são apresentados e debatidos.

O ensino do urbanismo está assente em 10 princípios fundamentais:

  • O Urbanismo é uma ciência, com campo de ação próprio, que se consubstancia na análise do território e dos fatores que nele ocorrem promovendo a sua planificação e gestão equilibradas nos interesses das comunidades e na valorização dos recursos materiais e imateriais;
  • Território é um espaço material e imaterial, constituído por fatores naturais e construídos e que interessa gerir de forma conveniente para assegurar qualidade de vida às populações;
  • O Urbanismo deve ser entendido como uma área abrangente que encerra um conjunto de especificidades e não uma especificidade que auxilia um conjunto de áreas disciplinares;
  • O Urbanismo depende da interação de diferentes fatores e suporta-se noutras ciências para a promoção da qualidade de vida das populações;
  • A prática do Urbanismo em Portugal assenta, sobretudo, em ações não enquadradas teoricamente, cujo resultado fica aquém do desejado, revelando a necessidade de investigação de desenvolvimento nesta área científica e de formação adequada;
  • Os princípios orientadores da formação em Urbanismo apoiam-se nas recomendações do Conselho Europeu de Urbanistas, da Associação Europeia de Escolas de Urbanismo, e nas práticas correntes em diferentes instituições de ensino internacionais;
  • O Urbanismo apoia-se em ferramentas tecnológicas que devem fazer parte integrante da formação, mas é também um campo de ação em investigação;
  • A investigação a desenvolver deve suportar as teorias ministradas nos cursos, promover novas abordagens ao território (planeamento e gestão) e consolidar ferramentas de apoio à prática profissional;
  • É essencial desenvolver um conjunto de cursos de formação não graduada que permitam a revalorização profissional dos urbanistas, disseminando os resultados da investigação, mas cumulativamente que permitam a detentores de formações em áreas afins ao Urbanismo a obtenção de formação que lhes permita atuar nesta área disciplinar;
  • É importante o estabelecimento de redes e de parcerias que suportem as atividades a desenvolver e a disseminação de resultados obtidos.

Áreas Científicas

Entendendo o território como parte física (natural/construída) e social onde os aspetos administrativos são relevantes pois asseguram uma gestão conjugada no interesse das populações e na valorização dos recursos, as diferentes áreas científicas foram definidas, numa perspetiva de transversalidade, assentes em cinco grandes áreas.

Assim as matérias relacionadas com o ambiente natural, paisagem e desenvolvimento rural ficam adstritas ao grupo Ambiente Natural & Paisagem Urbana (ANPU), as questões relacionadas com as estruturas, infraestruturas, equipamentos e mobilidade associam-se no grupo Ambiente Construído, Infraestruturas, Equipamentos & Transportes (ACIET), o desenho urbano, as ferramentas de planeamento e ordenamento do território e a teoria do Urbanismo estruturam-se no grupo Urbanística Aplicada & Desenho Urbano (UADU), os fatores sociais e administrativos assim como as políticas públicas e os estudos sobre instrumentos de planeamento centram-se no grupo Sociedade, Governança & Administração do Território (SGAT). Porque para a prática do urbanismo é essencial o contributo de outras áreas e ferramentas tecnológicas, incluem-se as Ferramentas de Apoio ao Urbanismo (FAU) como os sistemas de informação e teledeteção, o desenho assistido por computador e outros recursos e matérias que permitem um desempenho mais eficiente ao futuro profissional.

Continuamos com a missão de formar urbanistas e profissionais aptos para, no âmbito das suas profissões, possam atuar de forma mais adequada para a qualificação dos territórios.