Ensino
Mestrado em Urbanismo
O Programa de Mestrado abrange um total de 120 ECTS (European Credits Transfer System), estruturados: 1) por uma parte curricular Curso de Mestrado, constituída por seminários de aprofundamento, tendo os mestrandos de realizar um total de 60 ECTS[1], a que corresponde o primeiro ano e; 2) no segundo ano, pela elaboração da dissertação ou trabalho de projeto, a que correspondem 60 ECTS.
Enquadramento
O Programa de Mestrado em Urbanismo foi aprovado pela Portaria n.º 796/2004, de 12 de Julho, tendo a adequação do curso a Bolonha sido registada pelo Despacho n.º 13132/2006 (2ª série), de 22 de Junho, do Director-geral do Ensino Superior. Em cumprimento do nº 6 deste Despacho, a estrutura curricular e o plano de estudos do Programa foram aprovados e divulgados pelo Despacho n.º 22 444/2008 (2ª série), de 29 de Agosto, alterado pelo Despacho n.º 1913/2010 (2ª Série), de 27 de Janeiro e com a estrutura imposta pelo despacho n.º 10589/2012, de 6 de agosto.
Objectivos do Programa de Mestrado
O programa de Mestrado em urbanismo visa criar um conjunto de especialistas na área científica do Urbanismo, preparados para integrar equipas que elaborem ou acompanhem a elaboração de instrumentos de planeamento, consultoria específica na área do urbanismo e a gestão territorial. O Curso prepara igualmente para a entrada na carreira científica na área do urbanismo, permitindo o ingresso posterior no terceiro ciclo de estudos (doutoramento).
Competências a adquirir no Programa de Mestrado
Constituem-se como principais competências a adquirir no Programa de Mestrado:
- Aprofundar as competências obtidas no decorrer do primeiro ciclo de estudos, à luz de uma maior e mais elaborada capacidade de análise e de integração de conhecimentos;
- Potenciar a capacidade específica para identificar, analisar e propor soluções para problemas complexos do foro do urbanismo e do ordenamento do território, tratando em particular a morfologia urbana e territorial nas escalas mais adequadas e as questões relacionadas com a gestão urbanística à luz dos princípios que orientam a prática profissional;
- Potenciar a capacidade para traduzir em planos e relatórios, as soluções mais adequadas à solução de problemas do desenvolvimento urbano dando-lhes a forma adequada para serem passíveis de entendimento por parte das comunidades, por um lado, e por decisores e técnicos (de outras áreas) por outro;
- Potenciar a capacidade para construir conhecimento consistente das realidades urbanas e territoriais em que atua, com vista à sua gestão no quadro dos referenciais da qualidade urbanística e das politicas nacionais e europeias para o território;
- Potenciar a capacidade para traduzir em programas e ações de diferente natureza, as soluções mais adequadas aos problemas da gestão urbanística, para serem passíveis de entendimento generalizado;
- Potenciar a capacidade para utilizar os recursos tecnológicos modernos adequados ao diagnóstico, à procura de soluções e à sua representação, com vista à integração com áreas científicas complementares e seus recursos tecnológicos próprios;
- Potenciar a capacidade para trabalhar em contexto de equipas pluridisciplinares gerindo as parcerias próprias a cada situação, no respeito pela ética e deontologia próprias da profissão;
- Criar hábitos de aprendizagem ao longo da vida, tanto de modo auto-orientado e autónomo, como académico;
- Potenciar a capacidade para conceber, organizar, gerir e desenvolver projetos de investigação científica de forma autónoma ou integrado em equipas pluridisciplinares.
Nos termos da lei, e do consenso nas práticas instituídas, o grau de mestre comprova uma capacidade adquirida para lidar com os problemas apresentados, desenvolvendo ferramentas adaptadas às diferentes situações de forma inovadora e original no campo do Urbanismo, a par de um elevado nível cultural e da aptidão para coordenar equipas e realizar, de forma independente, trabalhos específicos nesta área científica.
Curso de Mestrado (1º ano)
O Curso de Mestrado visa criar um corpo de especialistas na área disciplinar do urbanismo com as competências já descritas anteriormente. A necessidade de adaptar o curso às diferentes formações base dos estudantes e aos seus interesses específicos de investigação, obriga a uma estrutura curricular sólida e transversal que assegure quer a transmissão de conceitos básicos e fundamentais, quer o aprofundamento das teorias e técnicas associadas. Neste sentido, o Programa de Mestrado tem uma estrutura curricular abrangente que promove o contacto directo com realidades distintas e a exploração de temáticas variadas que assegurem ao estudante a possibilidade de adquirir as competências necessárias ao exercício das actividades que lhe estão reservadas nos diferentes domínios do urbanismo.
Programa Curricular do Curso de Mestrado
O programa curricular do Curso de Mestrado está estruturado em Unidades Curriculares anuais, em formato de seminário, com a seguinte estrutura:
Unidade Curricular | Ano |
Ecologia e Paisagem Urbana | 1 |
Desenvolvimento Urbano em Meio Rural | 1 |
Mobilidade e Planeamento de Transportes | 1 |
Planeamento de Infraestruturas e Equipamentos | 1 |
Composição e Desenho do Espaço Urbano | 1 |
Reabilitação Urbana | 1 |
Questões Aprofundadas do Urbanismo | 1 |
Políticas Urbanas | 1 |
Instrumentos de Planeamento e Gestão Urbana | 1 |
Metodologias de Investigação em Urbanismo | 1 |
Seminário de Investigação em Urbanismo | 2 |
Dissertação | 2 |
Metodologia de Ensino
A metodologia de ensino adotada, centrada no estudante e sempre que possível com recurso a exemplos práticos, permite ao estudante o contacto com realidades e casos concretos onde a aplicação das teorias e práticas ministradas podem ser confrontadas, ampliando a perceção específica do estudante para as matérias. Nas fichas de unidade curricular, disponibilizadas aos estudantes, são especificadas para cada unidade curricular, demonstrando igualmente a relação estabelecida com as diferentes áreas de investigação, permitindo aos estudantes compreender o que lhe é requerido e para quê, o que potencia o processo de aprendizagem. A avaliação e adequação das metodologias em uso é debatida com os estudantes, resultado também dos inquéritos pedagógicos realizados, e coordenada em reuniões do corpo docente. O conhecimento dos estudantes, também pela dimensão reduzida das turmas, facilita a transmissão de conhecimentos.
Avaliação
A avaliação no âmbito do 1.º ano (curso de mestrado) do 2.º ciclo de estudos em urbanismo da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, é efetuada considerando as competências que cada unidade curricular, devidamente inscritas nas fichas de unidade curricular. No entanto, e como em urbanismo a integração de várias temáticas e a capacidade de tratar situações complexas de forma transversal se tornam essenciais, é importante que sejam os alunos motivados a experienciar essa realidade. Assim, através da realização de um trabalho prático, transversal a todas as unidades curriculares, o aluno é convidado a experienciar o trabalho prático de análise e avaliação, proposta e programação de uma área específica. Este trabalho será avaliado no conjunto (de forma transversal), mas possibilita a que em cada unidade curricular se considerem os aspetos mais dedicados à temática própria. Tenta-se, assim, explorar várias abordagens e motivar ao recurso das capacidades de análise, avaliação e proposição num contexto territorial concreto. Este trabalho, no final, deverá permitir aferir a capacidade do aluno em cada uma das componentes (análise, proposta e programação), em cada uma das áreas temáticas e no reconhecimento da transversalidade. Este trabalho transversal tenta aproximar os alunos de situações reais e promove, pensamos, um entendimento mais assertivo das funções e tarefas do urbanista. No plano de estudos do curso existem unidades curriculares cuja integração neste trabalho se revela difícil /face à área escolhida), são elas, Desenvolvimento Urbano em Meio Rural e Metodologias de Investigação em urbanismo, por isso possuem uma avaliação dedicada e não integrada neste trabalho.
Unidades Curriculares e contextualização no trabalho a desenvolver
- Ecologia e Paisagem Urbana;
- Mobilidade e Planeamento de Transportes;
- Planeamento de infraestruturas e equipamentos;
- Reabilitação Urbana;
- Questões Aprofundadas do Urbanismo;
- Composição e Desenho do Espaço Urbano;
- Políticas Urbanas;
- Instrumentos de Planeamento e Gestão Urbana
O trabalho a desenvolver caracteriza-se pelo desenvolvimento de um conjunto de tarefas (análise/avaliação, proposição e programação) num determinado território urbano, nas suas diferentes dimensões e de acordo com os referenciais que mais adiante se explicarão. O grande objetivo do trabalho é a aprendizagem (acesso e uso) a ferramentas para o trabalho em urbanismo, no sentido da resolução de problemas e na tentativa de dotar o território de condições para a vida qualificada das comunidades. Em cada uma das fases do trabalho são desenvolvidas tarefas próprias a cada uma das unidades curriculares, pelo que, em cada uma, serão consideradas essas especificidades para avaliação e classificação (mais adiante se estabelece essa relação).
Objetivos
Consideram-se objetivos gerais a alcançar pelo aluno, e como tal considerados no âmbito da avaliação, a capacidade para:
- Recolher informação relevante, que suporte a análise (conhecimento) do território em estudo nas suas diferentes dimensões e temáticas a abordar, utilizando ferramentas apropriadas para a recolha dessa informação, como fontes diretas e indiretas, observações, levantamentos, inquéritos, etc..
- Analisar o território, na sua diversidade temática, encontrando forma de conjugação de dados alfa numéricos, espaciais e de observação, identificando a situação de partida, identificando os problemas e as mais valias e equacionando estratégias gerais para o desenvolvimento do espaço [compreensão e definição de macro estratégias];
- Expor, de fora concreta e suportada, os resultados da análise, permitindo o entendimento do exposto por parte de diferentes tipos de utilizadores (técnicos, decisores, investidores, população) [capacidade de comunicação];
- Resumir os resultados da análise, de forma crítica, propondo um conjunto de caminhos que, identificando a situação de partida, visem o encontro de soluções (genéricas) para a melhoria das condições, capacitação do território e melhoria da qualidade de vida;
- Compreender a integração (e comparação) com os territórios próximos, as políticas públicas e as realidades verificadas, sem esquecer a inovação e o desenvolvimento de novas estratégias;
- Quer no contexto da forma, quer das funções [desenho urbano | programa de ação] propor soluções que possam suportar as estratégias apontadas, demonstrando a possibilidade de sucesso.
- Realizar programas de ação, incluindo o faseamento temporal [programação];
- Equacionar custos e aproximar as soluções apontadas [em 6] à realidade do território em estudo (física, social, administrativa e económica), considerando, sempre que aplicável, os diferentes retornos do investimento realizado (sociais, culturais, económicos, etc.);
- Propor metodologias de monitorização da evolução das condições e os necessários mecanismos de gestão eficazes;
- Remeter para especialidades tudo o que sejam assuntos próprios a outras profissões/perfis de formação, deixando apenas as linhas orientadoras para que os projetos se integrem na estratégia global definida.
No geral, analisar o território, compreendendo-o, definir objetivos e estratégias globais, afinar alguns processos e programas que respondam a esses objetivos apresentando soluções transversais e tendentes ao desenvolvimento do território em estudo.
[1] As diferentes fases do Programa podem sobrepor-se parcialmente no tempo, não sendo necessariamente sequenciais. A oferta é a que vem descrita no Plano de Estudos aprovado pelo despacho publicado em Diário da República.